«Só escrevo sobre temáticas que me apaixonam»

Aos 65 anos, João Mendes de Almeida corre cerca de 8Km três vezes por semana.

à génese, a memória, as pessoas e as estórias por dentro da História daquela que é a mais antiga “Corrida de São Silvestre” em Portugal, e uma das mais antigas da Europa, surgem agora reunidas num livro da autoria do médico João Mendes de Almeida. No dia de lançamento da sua 6ª obra, intitulada “Os 50 anos da Volta à cidade do Funchal em Atletismo”, o JM falou com o escritor, confesso entusiasta da corrida, uma das suas três grandes paixões, a par da Medicina e dos automóveis antigos. Estas duas últimas temáticas também serviram de inspiração a várias publicações do autor, que afirma: «só sou capaz de escrever sobre temas que me apaixonam». O gosto pela escrita tem lhe permitido partilhar com o público este seu amplo universo de vivências. É o  caso para dizer que “quem corre por gosto não cansa”, e, quanto a isto, João Mendes de Almeida não deixa margem para dúvidas. «Corro cerca de 8 Km três vezes por semana e este ano farei a minha 10ª Volta à Cidade». O livro , lançado esta segunda-feira, no Teatro Municipal Baltazar Dias, tem 500 páginas e 800 fotografias, muitas delas inéditas, »roubadas» aos mais de 500 entrevistados que contribuíram para a narrativa, e outras cedidas pelo Museu Vicentes. De entre as muitas estórias achadas e contadas por entre as malhas da História, João Mendes de Almeida destaca a dos três atletas que iam treinas para o Estádio dos Barreiros usando, à vez, o mesmo par de sapatilhas, um episódio que ilustra bem o espírito de sacrifício de outros tempos. «Obviamente, calçavam números diferentes, mas contornavam o problema. Se as sapatilhas ficavam grandes punham um chumaço à frente, se ficavam pequenas, encolhiam os pés e corriam na mesma» (risos).

Orgulhoso em dia de apresentação da sua obra, que demorou dois anos a ser escrita e que faz registo de uma parte importante do património desportivo da Região, o autor realça que a Volata à Cidade é um cartaz turístico com cada vez mais entusiastas e revela-se otimista relativamente ao futuro deste evento. «As primeiras voltas à Madeira tinham cerca de 16 concorrentes. Este ano estamos à espera de três mil inscrições».

Jornal da Madeira – 1-12-2015