Exposição: ” 1961-1974 Guerra Colonial, Eu estive lá..”
A minha revolta
Poderia ter tido outra vida.
Uma decisão errada do então primeiro Ministro da Educação Prof. Veiga Simão, obrigou-me a enveredar por um outro mundo do trabalho.
Depois de cumprir os meus deveres Matrios desde 15 de Janeiro de 1971 a 28 de Março de 1973 e na província do Bié – Angola, decidi candidatar-me à Universidade.
Furriel Meliciano de Engenharia, com formação intensiva e prática de Minas e Armadilhas, Máquinas de Terraplanagem e Obras de Arte, SAPADOR, nome próprio, concorri à Engenharia Civil e, qual o meu espanto e revolta ao receber a resposta então do Ministro da Educação que me obrigava a a realizar exames de Francês, prova escrita e oral.
Foi um autêntico entrave às minhas pretensões, na medida em que os meus camaradas do Continente tiveram outro critério que eu não tive. Facultaram-lhes o exame de admissão à Universidade com a disciplina de Geografia, o que sinceramente estava muito, muito ao meu alcance.
Foi esta atitude colonial e discriminatória que alterou todos os meus pensamentos e o meu futuro modo de vida. Dei o meu corpo ao manifesto, à minha grandiosa Nação e nem os seus “filhos” se mostram agradecidos.
E, em toda a história militar, fui talvez o único que recusou ser louvado, por assim o entender, como defensor da Matriz do Padre António Vieira e a Pátria de Luís Vaz de Camões.
Manuel Severino Costa de Castro
De 28 de Abril a 8 de Maio no Salão Nobre do Teatro Municipal Baltazar Dias